Estranho é sempre querer o que não se tem
Ou o que não se pode ter.
É como a água do mar
Aspirar ser estranha e doce
Com sua escuridão e profundidade
É como o pássaro querer
Ultrapassar o limite do
mais alto que pode ir.
É como a criança
Que deseja ser grande
Sem antes aprender a engatinhar
Ou falar
É como saber engatinhar
E querer correr maratonas
É como ser estrela e querer ser lua
Ou sol, quem diria!
É como ser brisa
E aspirar ser ventania
É como transbordar um recipiente vazio
É como ser crente
Sem crer em nada
É como crer em tudo
E ser um grande duvidoso de todos
E de si mesmo, pasmem!
É como ser Caetano
Querendo ser Gil
É como acordar pela manhã
E querer dormir mais
É como Vinícius poetizou certa vez:
Um contentamento descontente
É como sentir intensa
E vividamente.
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