sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Uma dose

Como uma brasa fervorosa, por vezes, sentimo-nos queimar.
E da boca pra fora falamos que esquecemos e tudo parece superado, de verdade. Sem querer, ou querendo, você engana a si mesmo...
Mas é o primeiro a se desvendar, tão logo!
Tudo parecia ter sido diluído, afinal,  nada como uma boa dose de resignação com umas pedras de conformismo.
Mas que combinação pouco apetitosa, não é mesmo?!
Acredito que podemos nos servir de doses melhores mas, hora ou outra um copo desses teremos que encarar. 
Não que eu seja adepta aos drinks ruins, mas você há de concordar comigo: a vida nos faz conivente com eles! Não que isso signifique concordância. Não, não... é justamente pelo contrário que teço essas palavras: não me conformo com minha última dose degustada. Talvez não me conforme pelos ingredientes que o compunham. Eram refinarias que não costumam frequentar minhas prateleiras. E ao provar, senti o gosto amargo, que matou a expectativa de algo refrescante, doce e envolvente, rendendo uma boa ressaca de frustração.
No entanto, por um espaço curto de tempo acreditei tê-la apreciado. Pasme! Ninguém muda de conduta tão facilmente (mudanças exigem um processo, quase nunca fácil). E eu não poderia fugir à regra - esbaldar-me na bebida que não me apetece não combina com o que conheço de mim mesma. Não combina com o que construí, não é congruente com minhas atitudes conhecidas e, mais amargo ainda... alterou o paladar de minhas expectativas pessoais.
E agora, neste exato momento, estou na fase crucial: a de reavaliações.
E para sistematizá-las basicamente, eu diria que a primeira consiste na reavaliação do porquê o garçom me serviu aquele drink - devo levar em consideração diversas variáveis neste processo.

A segunda, diz respeito à reavaliação da necessidade de aceitar novos paladares e variâncias - talvez a aceitação desta essência esteja intimamente ligada ao processo necessário, que comentei anteriormente.

A terceira, talvez não a última, mas a que me ocorre agora, corresponde à reavaliação da crença de que todas as variáveis anteriormente reavaliadas tenham um propósito maior, quem sabe uma boa surpresa ao final de um grande esforço (deixando uma visão pragmática, quem nunca pensou em propósitos maiores para situações de pouca conformidade?).

Acontece que a brasa fervorosa voltou a arder, e eu acreditava estar apagada.
Agora não sei bem como fazer todas essas reavaliações. Nem sei também se devo. A probabilidade delas terem poucas respostas conclusivas é grande, e talvez isso aumente a minha crença de que não valerão todos os esforços.
Por agora, procuro um novo bar, com novos garçons, novos drinks... novas composições.

E talvez seja essa a resposta: quando o drink não lhe agrada mais é hora de mudar de bar. Nem sempre é válida a tentativa de análise de muitas variáveis. Às vezes o garçom não lhe agrada mais, e aquele drink...

Ah! Aquele drink espera por outros paladares. Somente.
E você, tem apreciado as doses que lhe servem?!

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