quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Sangrando

Eu não faço a mínima ideia do que faço, agora, sentada na frente do computador tentando fugir de uma tanto de coisas que passam pela minha cabeça.
Devo confessar que escrever, assim do jeito que faço agora, me ajuda muito, me faz conhecer horizontes que eu mesma desconheço do meu próprio eu. Confesso ainda, que saber que alguém pode ler estas poucas linhas me causa uma profunda 'vergonha'. Vergonha por saber que estas palavras revelam faces e fraquezas minhas. Nuances que, instintivamente, tento ocultar com um simples sorriso ou atitudes austeras. Talvez toda a minha pose e atitudes sólidas, responsáveis, às vezes arrogante, seja apenas uma máscara para ocultar meus medos, minhas indecisões, meus tormentos e minhas dúvidas. Às vezes até eu mesma não me reconheço.
Uma certa vez, um Grafólogo me disse, após analisar a minha caligrafia, a seguinte "delinição": "Você é uma pessoa decidida, que sabe o que quer, com foco e grande espírito de liderança."
Até hoje essas palavras ecoam em minha cabeça, em alguns momentos elas vêm regadas de orgulho, em outros, elas vêm regada de dúvidas. Será mesmo que eu era daquela maneira? Será que eu sei o que quero? Será que sei lutar pelo que desejo? Será que minha 'liderança' não depende totalmente de quem está ao meu lado? São tantas perguntas sem respostas.
A parcela de dúvidas é a mesma parcela que me faz acreditar que eu sou tudo isto que esse Grafólogo citou. Será que elas se anulam?!
Escrevo por isso; na tentativa de me conhecer mais e melhor, sou tão enigmática para mim quanto sou para alguém e não sei o porquê. Tenho Eus que eu mesma desconheço. Consigo ir da mais corajosa à mais medrosa em uma mesma situação. Dentre outros contrários...

"Quando eu soltar
A minha voz
Por favor entenda
Que palavra por palavra
Eis aqui uma pessoa
Se entregando..."

Novamente eu digo, estoou em um momentos totalmente novo para mim. Piso em território desconhecido.
E agora, neste momentos, escrevo tudo isso, regando cada letrinha com a decepção que estou sentindo de mim mesma. Para onde meus esforços foram?! Onde está toda minha vontade e ímpeto?!
Eu fiz tanto. Fiz. Fiz. Fiz. Onde está o resultado?
Não sei no quê eu posso me apoiar, não sei onde encontrar terra firme. Estou às escuras. Embaixo da mesa. No gelo. Sozinha. Me sinto encapsulada em uma embalagem que eu mesma confeccionei.
As possibilidades surgem à minha frente como flashs, logo somem, sem dar-me tempo para agarrá-las. Eu quero e não posso..
Sinto que minha vida está totalmente 'refinada', mas eu preciso do 'integral'. Prefiro o difícil, o fácil não me atrai. Preciso do que me faça funcionar, preciso de afetos integrais, que fiquem, que marquem, que acrescentem... que me façam sorrir. E façam chorar..

"Eu preciso aprender um pouco aqui
Eu preciso aprender um pouco ali
Eu preciso aprender mais de Deus

Porque ele é quem cuida de mim.
Se uma porta se fecha aqui
Outras portas se abrem ali

Eu preciso aprender mais de Deus
Porque ele é quem cuida de mim
Deus cuida de mim."


Eu preciso sangrar, eu preciso chorar. Mas eu preciso rir, preciso estar bem comigo, preciso saber que eu sei algo, que eu posso fazer algo por alguém, mesmo que este alguém seja eu mesma.
Não sei me contentar, não sei se é preciso me contentar. Eu quero mais. Eu quero momentos... bons momentos.

Quem sou eu

Minha foto
A mesma de sempre com inúmeras alterações.