sexta-feira, dezembro 28, 2012

Tim..tim!

É fim de ano e agora a moda, ou o momento, quem sabe o costume, é de se repensar o trajeto percorrido.
É típico também, o planejamento de novos objetivos e aspirações por novas mudanças.
Acredito que toda a mágica criada acerca do novo ano (cronologicamente falando), tenha papel fundamental como estímulo para o recarregamento de energia, que propulsiona todo o típico furor de início de ano. 
E essa magia toda, que não sei bem qual é - talvez criada pelas festas, comemorações, partilha, sorrisos soltos -, sustenta a crença de que tudo mudará. Talvez um milagre, quem sabe.
Mas não...
Os fogos não derramarão chuva de felicidade. Os brindes não concretizarão contratos. Os abraços não selarão grandes relacionamentos. As sete ondas não lhe farão rico. E o estouro da champagne não calará os sussurros do ano anterior!
Essas crenças, esse idealismo, essa felicidade instantânea só alimentam grandes expectativas. E sabemos bem que esperar demais não é uma boa pedida!
Diminua o teor das promessas, sente-se no chão. Busque a realidade que faz os homens mais racionais, sinta você mesmo.. mensure o passo que poderá dar. Estamos num contínuo! 
Não busque alcançar o outro lado da rua sem saber caminhar. Busque aprender o primeiro passo!
O que concretizará mudanças, que dará luz aos milagres, são os comportamentos diferentes: aquela tentativa que ainda não fora usada; aquela experiência postergada; ou quem sabe aquela decisão crítica a ser tomada. Um misto de novas tacadas, uniformes diferentes, estratégias mais elaboradas.
Uma lista sempre ajuda nestes processos, é uma grande auxiliar. Quem sabe pensar das pequenas para as mais ousadas mudanças?!
O ano pode ser diferente, mesmo por pequenas coisas. Talvez elas se tornem grandes, se olhadas com mais calma.
Tentemos!
                           tim...tim!



quinta-feira, dezembro 20, 2012

Humano demais

Observe! Seu 'coração' parece apertado demais, a ponto de doer por dentro. Seus pensamentos parecem rápidos, incoerentes, pouco coesos e cheio de conteúdos desconexos. Seus sentimentos parecem tão fundidos que não se sabe se é amor ou ódio, alegria ou tristeza.
Você não se parece, no entanto se reconhece em cada atitude, mesmo achando que não há nenhuma semelhança com você mesmo. Seus atos parecem incontroláveis, querendo se concretizar sem ponderação ou decisão. Curto circuito!
Raios de vozes, flashes de sons, gritos turvos, visões estridentes. Tudo assim... bagunçado, ao contrário!
Ventos que fincam sua humanidade, sem medo, intensamente. Humano demais para chorar, humano demais para sorrir, humano demais para aceitar, humano de menos para continuar.
Sim, existem momentos que não se sabe o que sabe, se esquece o que tinha certeza. Seu eu parece insano e diferente, estranho no ninho, inquieto.
De repente você acredita que tudo passou, era efêmero. Mas sobrou alguém ali, em pedaços, mesmo que em sua completude, buscando assim como você, a si mesmo.
Pulsos feridos por palavras pontiagudas e certeiras, muitas vezes perdidas e desencantadas. Não existem curativos, existem apenas dias novos e que devem ser vividos. Estes dias talvez sejam remédios, ou respostas... ou talvez sejam dias, apenas!


Olhe no espelho, não é você..
.. sou eu, humana demais em minha condição humana.


terça-feira, novembro 20, 2012

Vício

Dentre as diversas experiências humanas, uma das mais intrigantes e curiosas é a felicidade, ou estado de felicidade, como preferir. São tantas estimulações envolvidas, fisiológicas, 'psicológicas' e comportamentais que chega até a dar um nó quando se quer destrinchar tudo isso.
Mas vale a pena pensar nisso tudo, por um instante.
Dentre as diversas explicações para a felicidade - incluo aqui os aspectos pessoais envolvidos -, estão os aspectos que pude observar há pouco.
Borboletas no estômago, batimento cardíaco acelerado, sorrisos espontâneos, falas prolongadas, e ideias, muitas ideias. Esses são os meus sintomas de felicidade. Talvez comuns aos seus, talvez em parte semelhante, ou talvez destoem de sua concepção. No entanto, entendo tudo isso como um estado que possibilita-nos a tomar algumas atitudes especiais.
Sentir-se feliz, reconhecer-se feliz ou julgar-se feliz, tornam mais prováveis algumas escolhas. Ficamos mais propensos a querer abraçar o mundo, ou apenas quem está ao nosso lado. Desejamos mais coisas do que nunca, e queremos idealizar tudo que fantasiamos. Nos sensibilizamos mais com as boas atitudes e atentamo-nos à coisas que antes não seriam percebidas.
É isso!
A felicidade deve ser uma predisposição para algumas coisas; deve ser um grande embaraço de sensações e situações que nos levam a querer mais algumas coisas, do que outras.
Deseja-se mais sorrisos, mais piadas, mais música, mais papo. Há também quem fique totalmente motivado a implementar projetos, dar luz à ideias, mudar o visual ou pintar um quadro. A verdade é que quando percebemos que uma coisa deu certo, o 'coração' ou qualquer outra instância fisiológica enche-se de orgulho e vontade. Vontade de perpetuar essas sensações. Vontade de repetir, de sentir e de experimentar tudo novamente.
Mas cuidado! Isso parece ser um ciclo vicioso: quanto mais boas consequências se tem, mais se quer. E deste misto podem surgir diferentes angústias, frustrações e desapontamentos - mas isso é outra prosa!
O fato é que experimentei conscientemente, há pouco, todas essas sensações, e assim pude entender como funciona a minha felicidade. Tão minha, e tão pessoal! - acabo de contrastar a tentativa de uma concepção genérica de felicidade. Senti a predisposição a escolher e querer implementar tantas coisas, senti o ímpeto de continuar. Não quis pintar um quadro, mas desejei escrever assim, aqui.
E que delicioso é sentir tudo isso. É como se em fim, suas marcas pudessem ser deixadas. É como se fosse verdade aquele papo de que em determinado estágio da vida, queremos produzir e deixar feitos eternos.
E talvez esse tenha sido meu episódio de felicidade, regado a um grande desejo de que seja um capítulo, e que tenha continuação. Mas tenho aprendido, a cada dia: tudo é passageiro se não se alimenta e fortifica.
Mas quero agora, aproveitar do meu episódio e estrelá-lo brilhantemente, com a tentativa de mantê-lo sempre no ar...
Deixar feitos. Eternos. Será possível?

domingo, outubro 28, 2012

Veja a nuvem... é chuva!

Psiu! Ouça o barulho dos trovões. Veja o céu  escurecer. As árvores começam a balançar, folhas a cair. É, parece que vai chover!
E a chuva traz consigo tantas possibilidades. De limpar, de lavar, de refrescar, de levar e de mudar.
O calor inflama diferentes sensações, e estas pouco se pode controlar. São avassaladoras, quentes e cruéis. No entanto, a chuva diminui a possibilidade de combustão. Traz alívio, suavidade, calma, reflexão.
Um precisa do outro. O calor precisa do frescor. E o frescor torna-se opaco, cinzento, turvo e pouco apetitivo sem o calor. São relações correlatas, dependentes. Necessárias!
Posso sentir a calma pairando. A possibilidade de uma cesta. A coragem de iniciar algo que há pouco se tinha adiado.
Olhe. Veja a possibilidade da conversa, a possível explicação. Sinta a maciez das águas, que levam a explosão.
Deixe a chuva lhe molhar. Deixe a chuva limpar. Deixa a chuva mudar.
Deixe.
              Ouça.
                     ... é chuva!

segunda-feira, outubro 15, 2012

Me falaram

O que nos permite dizer que somos a mesma pessoa de anos atrás, aquele (a) pequenino(a) com outros sonhos e ambições? Como reagir ao espelho que publica uma imagem diferente, capaz de provar que tudo mudou: traços, feições, cores e dimensões?
Desde os primeiros momentos de vida tudo passa a ser diferente. Estar em contato com o mundo permite-nos interferir neste, mudá-lo, alterá-lo... modificá-lo. O choro, os primeiros movimentos. O balbucio, a fala, pedidos e interrogações. Pinçar, agarrar, manusear, andar e deslocar-se. Todas essas ações foram experimentadas, modificadas e diversificadas. Nada parece igual ao que foi antes, lá trás, no começo.
O corpo mudou, cresceu, rejeitou algumas características e preservou outras. Ainda assim, se afirma: ainda sou eu. A fala foi modificada, o vocabulário expandiu-se, algumas palavras caíram no desuso, os pedidos tornaram-se mais ambiciosos. Ainda assim, se afirma: sou o mesmo (a).
A família deixou de ser o único grupo, a pré-escola já abandonou, o colégio ofereceu novas possibilidades, de empresas já mudou. Mas ainda assim, afirma: eu sou eu.
Lidar com a mudança de sentimento em relação a determinados estímulos; lidar com a mudança de medos e anseios... Nossa! Tudo isso nos garante uma grande característica: a grande complexidade humana.
É difícil, pra mim, entender que sou a mesma, mas que mudei. Que vivo de constantes alterações, e que preciso adaptar-me a elas. É, no mínimo, estranho pensar que mesmo diante de tantas mudanças, tenho limites. Limites no agir, no pensar, controlar e no falar.
E lidar com limites tem se tornado um desafio. E esse desafio me é uma guerra pessoal, que dispõe de armas calibradas com episódios considerados de ansiedade, de medo e de indignação.
Mas será este um misto de sentimentos idiossincrático? O não é a resposta mais esperada, que retira-me da linha dos incomuns. Espero que partilhem, minimamente, com tudo isso, não me apetece a ideia de ser estranha no ninho.
O fato é que tudo continua, e a evolução/involução continua, sedenta, apressada, avassaladora. Sinto distanciar-me mais e mais daquela foto, de pequena, pequenininha.
Mas sou eu.
Acredito que sou eu. Me falaram que sou...
...ou que ERA.



domingo, agosto 05, 2012

Demore-se

Passamos os dias vivendo tão rapidamente, sem nos olhar. A competição; a luta contra o tempo; a ganância e a busca por status excluem da rotina o momento para que olhemo-nos uns aos outros.
Vestimos uma armadura todas as manhãs, antes de encarar a loucura do dia a dia. E esta não nos permite sentir muito do que o outro tem a oferecer.
Cada um possuidor de uma história, produto de diferentes experiências, sensível a diferentes estímulos e eventos, percebe o mundo diferente de nós. E isso é tão rico!
Somos capazes de contribuir com o outro sem perceber, sem esforço, sem intenção. Às vezes uma palavra, uma experiência contada e  uma impressão tem muito a oferecer.
O exercício do humanismo é demasiadamente difícil, esbarramos sempre num punhado de conservas, inseguranças e autorregras. A verdade é que não nos permitimos. Talvez como forma de defesa, pode ser... É preferível nos manter em nossa zona de conforto a deixarmos nos apaixonar pela essência dos que nos rodeiam.
É quase que intragável notar que o pré-conceito gerado, imaturamente, pelas primeiras impressões de alguém seja diluído. Requer esforço, e para isso é necessário investimento de coragem, humildade, serenidade e respeito para lidar com a verdade de cada um.
E quando possibilita-se o 'conhecer' agregam-se muitas outras variáveis, como por exemplo o sentimentalismo envolvido, dificultando muitas tomadas de decisão. Conhecer implica diretamente no modo como lidaremos com o outro, Passamos a ser, mitologicamente, um pouco responsáveis por aquela história e por diversas vezes envolvemos sentimentos que podem interferir em diversas decisões a serem tomadas.
E aí tudo se complica!
Admiração, compaixão, empatia, correspondência...quando envolvidos tudo se torna mais penoso: dizer sim, dizer não, abrir mão, punir, escolher, cessar...
A verdade é que o relacionamento humano é complexo e paradoxal. As relações nos enriquecem, lapidam e contribuem com nosso repertório comportamental, autoconhecimento etc., porém nos geram um misto de medo e ansiedade..
E é estranho perceber, que vivemos esbarrando nos outros, em suas histórias...
Cuidemos para andar mais devagar.

domingo, julho 15, 2012

É inverno

Está frio, lá fora e aqui dentro. A temperatura caiu, as lãs e moletons foram redescobertos. Cachecol e luvas para proteção, fuga do frio. Mas não há como negar, o inverno chegou aqui pra mim, e conta com escala negativa.
Sinto as mãos geladas de frio, resolvo com as luvas. Sinto os pés transmitindo a baixa temperatura, resolvo com as meias. Sinto o vento arrepiando-me, resolvo com agasalhos. E mesmo diante de todos artifícios, não consigo minimizar a ventania que se transformou meus pensamentos.
Fala-se muito de "coisas do coração", pois bem, sinto meu coração acuado por estas coisas. Tento peneirá-las mas parecem fundidas.Posso sentir a chuva de insegurança, a geada do medo e o vento de incertezas. Será possível passar pelo inverno, suportar o vendaval e chegar à primavera?

Espero que o agasalho seja suficiente, o cobertor seja acalentador e os calçados permitam-me caminhar, muito. E muito...



terça-feira, julho 03, 2012

Será que vale?



É no mínimo estranho pensar que deixamos de ser 'alguém' em busca de nos tornar 'alguém na vida'. Trocamos a convivência saudável por inúmeras relações com pouca qualidade. Para conseguir algum status, conforto e possibilidades temos que embalar uma luta diária. Mas é estranho falar de tudo isso, não quero que pareça que não é necessário esforço para alcançar o sucesso, mas é insano perceber que a rotina, as regras, as necessidades e os moldes da sociedade conduzem-nos ao anulamento de nossa vida pessoal.
Começam a ocorrer as trocas. Troca de uma saída por estudo; troca de um papo por uma leitura; troca de um bom sono por pouquíssimos minutos na cama. Configuramos nossa vida de forma totalmente sugadora, passamos mais tempo no trânsito do que em casa; nos relacionamos melhor com o computador do que com as pessoas; falamos mais por SMS do que no telefone. Tudo parece estranho!
O esforço parece gradativo. O empenho começa a sugerir muitas trocas quando na entrada para a universidade. Depois vem a necessidade de conciliar estudo e trabalho, tarefa nada fácil, fadigante e altamente estressante. Em seguida, lançamo-nos na empreitada de conseguir conquistar um status. O trabalho dobra, os esforços multiplicam-se.
E nesta onda, vamos produzindo pessoas estressadas, cansadas, famílias individualizadas e sem diálogo. Minimiza-se o tempo de lazer, de sorrisos, de bate papos e de integração. Aumenta-se o tempo de isolamento, de trabalho, de produção e pouquíssima comunicação.
Que vida, hein!
Quando penso em tudo isso, gera-me um desconforto. Os dias de descanso parecem grandes troféus, são conquistados pós muito esforço, mas tem duração efêmera.
Os minutos em que podemos sentir a presença de quem amamos é um presente; olhar nos olhos, conversar, abraçar... tudo soa como bônus!
Por vezes questiono-me, qual a garantia de que todo meu esforço será recompensado? Terei mesmo tempo de desfrutar da vida de forma tranquila? Afinal, vale abrir mão de tanta coisa no hoje, pensando no amanhã, que se faz tão incerto?
O jeito é procurarmos empenhar amor, satisfação e criar situações agradáveis para que tudo pareça menos dolorido. Temos que ser bons atores, estrelar cada dia como se fosse o primeiro capítulo. Não dá para encarar tudo com amadorismo, não há tempo para que existam dublês.
Dentro do possível dar qualidade ao hoje, é o jeito...

... no mais, continuamos velejando.

segunda-feira, abril 30, 2012

Déficit de mim mesma!

Os momentos que recorro à escrita são muito similares. As sensações presentes nestes momentos são bem parecidas: coração apertado e vontade de mudar algumas condições.
Agora não será diferente. O coração apertou, a boca calou e a angústia adentrou. Eis os dias em que o chocolate tem sido o melhor amigo e o frio tem congelado os sorrisos, levando-me a dias superados e não vivenciados.
Infelizmente, sinto-me só. Sem eira, nem beira. E estas são consequências de algumas escolhas, não há como negar.
Somos produto daquilo que escolhemos, que fazemos, do modo que agimos. Sinto agora, a angústia de algumas ausências. Vejo-me pouco completa ou, quem sabe, um tanto vazia. Não sei bem como agir e nem sequer pra onde correr. Tenho vivido sobre esquivas, tenho adiado tantas vivências, postergado sentimentos de felicidade. Agora vejo que é pouco isso tudo. Sinto que é pouco. Vivo o pouco.
Os dias têm se resumido em momentos pouco extasiantes, pouco surreais. Sinto falta da gargalhada profunda, de abraços apertados, de encantamento com novas realidades, de suspiros mais fortes.
Tenho reduzido-me e isso tem gerado preocupação e desconforto.
Algumas coisas já não tenho mais, alguns reforçadores deixei de produzir. Perdi alguns carinhos e reconhecimento, tenho vivido em déficit.
Déficit de mim mesma!
Que estranho, como soa absurdo. Não tenho vivido pra mim, nem escolhido por mim. Os rios têm me levado pra águas geladas e torrentes desconhecidas. Sinto medo do produto final.
Sinto medo sem saber pra onde as águas me levarão... as águas do rio que eu mesma escolhi me banhar.
Tenho receio de não encontrar o mar para em fim, poder descansar na praia.
O túnel parece ter apagado as luzes e eu continuo caminhando, sem ter ao menos a companhia de minha sombra, mas continuo caminhando...
...onde estará o interruptor?


domingo, abril 08, 2012

Stop!

Hora de acalmar os ânimos e tentar sentir-me mais perto de mim mesma. Os dias voam tumultuados e tudo pede mais de nós, de mim. Há pouco tempo para buscar olhar meu próprio reflexo, enxergar além daquilo que todos veem. Ao contemplar meu reflexo posso ver além da fotografia que exponho mundo a fora: vejo diferentes resquícios que o mundo implanta, dia-a-dia. Vejo diferentes pensamentos e inúmeras vontades. Vejo temores e incertezas que fazem as pernas tremerem e o coração palpitar. Vejo desafios a serem desbravados... mas vejo a coragem escondendo-se atrás de um olhar triste.
Há pouco a ser ensinado acerca de como devemos lidar com nossos sentimentos, com nossas queixas e com nossas tribulações. Achamos maneiras de remanejar alguns incômodos, mas na verdade o que devemos encontrar são as verdades pelas quais impulsionaremos a vida. E estas verdade parecem cada dia mais escondidas...Não sei se se escondem em cada um de nós ou por onde passamos, quem sabe nas pessoas que pela vida encontramos.
A vida se mostra um eterno jogo de pique-esconde... e eis-me com os olhos vendados, contando os segundos para desbravar tudo aquilo que está escondido.
Estamos cercados de segredos que devem ser descobertos ao final de cada fase de nossa vida. E a cada trecho avançado somos expostos à possibilidade de olhar o percurso traçado e descobrir inúmeras surpresas.
Sinto-me embutida neste grande caixote que é o mundo, e como uma peça ali implantada devo honrar meu lugar, minha existência. E aí está a grande dificuldade: manter a luz acesa quando a resistência parece tão falha, manter-se forte quando o que queremos é ter a possibilidade de sentir-se fraco, também.

1, 2, 3e já!
É hora de destapar os olhos e procurar os reforçadores que estão escondidos por entre nossos medos, por entre as novidades, por entre as pessoas ou dentro de nós mesmos. Devemos ser fonte fértil de reforçadores para nós mesmos, além daqueles oferecidos externamente. Preciso enxergar em mim a capacidade de ser eu mesma, de me aceitar e de entender a própria dinâmica que cultivei. Devo ser capaz de voltar meu olhar a mim mesma por mais vezes, de modo a enxergar segredos visíveis somente com um olhar além. 

Busco o dia em que diante da vontade de chorar, chorarei. De alegria ou de tristeza. Chorarei, na hora e no momento em que as lágrimas ofuscarem minha visão.
Isso é  luxo, pode dar conta de quem somos, na hora em que mais precisamos nos sentir, de verdade.




domingo, março 04, 2012

Desafio para gigantes

É inacreditável, e tipicamente humana, a capacidade que temos de fazer relações entre inúmeros eventos. E é por meio destas relações e associações que somos capazes de viver em sociedade, dentro de um grupo, no qual adquirimos diversos comportamentos e aprendizados. Não sei bem até que ponto algumas características humanas podem nos propiciar superioridade. Somos totalmente voláteis e pouco dominadores de nós mesmos.
Somos controlados por diferentes eventos inclusive por nós mesmos.
Nos colocamos tristes e nos colocamos alegres. Difícil mencionar o porquê, mas somos capazes de estabelecer relações que nos encaminha para momentos não muito agradáveis, e a dificuldade está em lidar com eles, afinal a felicidade pouco nos confunde.
Vivo agora o desafio de lidar com a sensação de que estou só.
As coisas parecem acontecer com pouco sentido, vazias de propósitos. Perde-se a qualidade de boas relações e busca-se relações interesseiras. Pensar em algumas situações e avaliá-las garante a dificuldade de 
 conviver com alguns sentimentos, alguns medos e ou algumas frustrações.
 Não sei o motivo de traçar algumas relações e nem pretendo fazer análises funcionais a respeito, sei que duvido de algumas habilidades pessoais ou pelo menos interrogo a capacidade de algumas habilidades serem motivo de algumas aproximações.
Surgem momentos que muito soa punitivo e pouco soa como reforçador. Não sei bem como traçar ou lidar com diferentes eventos. Alguns incômodos parecem irrisórios mas são verdadeiros, devem ser respeitados, mas como expôr?
Viver parece realmente ser um desafio para gigantes, por isso concluo que sou apenas uma criança. O autoconhecimento sem dúvidas é uma arma que nos põe mais protegidos de nós mesmos. Embora sejamos sempre um labirinto que de tempos em tempos vivenciará colisões.

domingo, janeiro 01, 2012

Horas recém-nascidas

É chegado 2012,
E ao venerar estas horas recém-nascidas pude perceber o quão diferentes as coisas vão se tornando, percorrendo um ciclo, tomando corpo, do mesmo modo que estas singelas horas tornarão-se um dia.
Me lembro de quando era pequenina, e de como imaginava que seria este futuro que hoje está tão presente.  Passaram-se pessoas e passaram-se momentos. O que era distante por ser pensamento futuro, agora está distante por ser pensamento passado.
E é pensando em tudo isto que me assustei com a capacidade que temos de lidar com o tempo. Somos regidos por diversos partilhamentos de um tempo que é tão subjetivo. E pautados neste tempo desabrochamos e crescemos,como uma flor, retirando o máximo necessário de onde estamos fincados.
Hoje eu sinto, em minha condição de flor, que estou no estágio em que o caule torna-se firme e pode sustentar, pouco a pouco, o miolo. Aguardo ansiosamente o dia em que, enfim, estarei exibindo lindas pétalas!
E diante de tudo isto, é impossível deixar de notar que os dias estão cada vez mais curtos e a sensação é de que o tempo tem alçado voo. O tempo determinado, que somos obrigados a respeitar, tem se fundido com um tempo imensurável, aquele que alegamos ser "subjetivo". Tudo parece estar correndo e não mais caminhando.
O amanhã num piscar de olhos torna-se ontem, e o hoje infelizmente torna-se pretérito.
E é desta forma que o futuro, hoje, toma forma de presente. Rasga o papel da fantasia e assume a condição de realidade.
E mesmo sentindo tudo rápido demais devo dizer: vagarosidade me incomoda, portanto, que venham dias avassaladores!
Agora é hora de reprogramarmos nossas máquina individuais, e erguermo-nos para uma nova batalha.
Tudo se renova e mesmo o que é do antes torna-se do agora. E é assim que devemos encarar estes dias que seguirão: o que se arrastou para o novo ano deve vestir-se de roupas novas, ideias novas e tratos diferentes. Assim, é possível acolher ao novo e recriar o velho e indispensável.

Um brinde ao novo ano!  Um brinde à vida!

Luz!

Quem sou eu

Minha foto
A mesma de sempre com inúmeras alterações.