sábado, abril 27, 2013

Sair da janela

Vez ou outra acontece de nos depararmos com situações em que estremecemos. Não um tremor de medo, mas um tremor de insegurança, da impossibilidade de saber o que vem depois. São n as situações em que somos assaltados por essa sensação e essas situações podem ser muito distintas.
Ambientes novos, experiências novas, novas atividades, relações diferentes, novas regras, diversas adaptações - no geral, a mudança de ambiente nos estremece. Mas minha preocupação talvez não seja essa, talvez o que tem me estremecido seja meu próprio ambiente "interior", aquele encoberto em que somente eu tenho acesso. Nem pessoas novas, nem novas condições, apenas eu mesma; e é esse todo o enigma.
Talvez devesse existir um protocolo no qual fossemos proibidos de nos sabotar e descrevesse como fazer isso. Não quero prender-me neste exagero (hipérboles me são típicas), mas devo dizer que venho me sabotando deliberadamente. E que situação penosa e oscilatória. É como prostrar-me numa janela e querer, por ali, enxergar todo o horizonte; ou no mais, tentar prever tudo que nele está presente - belezas, feiuras, pessoas, comportamentos ou surpresas.
Devo dizer que a tentativa é falha: a janela parece-me insuficiente para uma busca tão extensa e posso sentir o vento entrando por ela. 
Mas talvez todos os filósofos tenham razão, foram tantos pensamentos construídos para dizer que pouco vale uma condição de espectador. Fitar os olhos numa paisagem via janela, provavelmente não promoverá grandes mudanças, nem tampouco permitirá o alcance de grandes informações acerca do horizonte.
Quem sabe a melhor opção não seja a abrir a porta e sair por ela, buscando saciar as mesmas vontades e anseios, mas por um método diferente, talvez mais custoso. Quem sabe com um passo de cada vez o horizonte não seja visitado, vivido, gradativamente. Quem sabe caminhando conforme as pernas permitem o encontro não possa ser mais apropriado.
Falo de uma mudança, como muitos outros já falaram. Uma mudança de atitude, de comportamento, de escolhas. Uma mudança de espectador para ator. Uma mudança de método, de caminho.
E por mais que eu fale, por mais que disserte acerca de tudo isso ou gaste tempo pensando sobre qual a melhor forma de lidar com o que sinto, esbarro na pouca facilidade de praticar tudo isso. É como saber fazer a conta, organizar a sentença, mas ter medo de não chegar a um resultado correto, ou esperado.
É como escrever um texto emocionante, inteligente e ter medo de que a conclusão não seja a melhor, ou a esperada.
É como assistir um filme e sofrer com o final que ainda está por vir, com medo de não ser perfeito, ou o esperado.
E talvez seja esse o grande problema: esperar.
ESPERAR!

A conjugação deste verbo me é falha.
Muito falha!

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