sexta-feira, maio 14, 2010

Não voltará

Hoje eu passei por uma situação totalmente nostálgica. Estive presente e passei por lugares que realmente se revelaram como um filme em minha memória.
Precisei ir até uma loja que se localiza próxima ao meu antigo colégio, e por um grande ímpeto decidi alongar - e muito - meus passos.. fazendo com que eu caminhasse por lugares que realmente tinham marcado meus três anos naquela região. Pude ver cada detalhe e relembrar, como se estivesse acontecendo novamente cada fato passado. Pude ver os sorrisos de meus companheiros, e os meus também. Pude relembrar que ali ficaram momentos, risadas, choros, medos, conversas, segredos, confissões, amores, entre tantas coisas que nos permitimos viver.
Percorri aquele caminho e notei as mudanças que ocorreram - e diga-se de passagem que não faz muito tempo que saí dali - e constatar toda aquela diferença me senti como um idoso que relembra de sua juventude como se só ela existisse. Me retirei do hoje e voltei há três anos e percorri minha memória a cada dia que ali vivi.
Notei o condomínio que vi como projeto e que ao final do ano passado já estava entregue, com prédios altos, luxuosos, com famílias morando e seguranças na porta; e daí percebi que eu assistia por alguns segundos, toda manhã, pedreiros e empreiteiros trabalhando, se arriscando em grandes alturas e mesmo assim cantavam naquele lugar.. e pude ainda lembrar do meus olhares dislumbrados e ansiosos à espera de ver aqueles andares todos prontos e decorados.. e doeu constatar que nem meus singelos olhares com um ar de "eu participei" nem a presença desses pedreiros que levantaram todos aqueles prédios seriam bem-vindos naquele lugar. Agora só nos cabe admirá-los de longe.
Dali eu fui mais fundo passei em frente ao colégio e lembrei de tudo que vivi, de como eu cresci e de como mudei-me naquele lugar, com aquelas pessoas. Senti um aperto e uma saudade tão grande que por pouco não rolaram lágrimas sobre meu rosto - creio que o que me fez segurá-las foi o medo da pessoa que me acompanhava me achar uma criança desconsolada - e seguia eu ali contando um pouco de cada lugazinho para minha companhia desta tarde, como se eu fosse um guia turístico; como se tudo aquilo estivesse interessando pra ela.
E o que mais doeu foi saber que ali, onde eu construi um pedaço de minha história, eu não poderei mais entrar, não sem ser barrada..

Saudade de tudo...
Aí que saudade de estar ali e jogar apenas conversas ao vento...
Aí que saudade de saltitar quando um professor faltava para podermos estudar para a prova que viria...
Aí que saudade de caminhar às 7 da manhã com um fone de ouvido, chegar na sala e discutir sobre algo que eu nem sequer entendia...futebol...
Aí que saudade de cada minuto..
Aí que saudade..
Aí que saudade..

E saber que nada disso voltará se torna ainda mais angustiante. Se torna ainda mais desconfortável e agoniante.
Momentos passados, pedaços deixados: nada voltará.


Eu Amei estar ali!

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